segunda-feira, 11 de julho de 2011

Educando filhos e formando caráter

“Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo.     Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim” (Rom 7:18-20)


É comum ouvirmos pessoas dizendo que as crianças nascem como caixas vazias, isto é, seriam como um disco rígido de um computador sem nada dentro. Elas nasceriam “zeradas” e conforme fossem vivendo começariam a gravar coisas na sua memória e então iriam formatando a sua personalidade.
Não creio nisso! Para mim todo ser humano nasce com uma generosa carga genética que faz com que ele já nasça programado para gostar/fazer certas coisas.
Nossos filhos já nascem com uma programação “de fábrica”. Nessa programação “original” estão gostos/atrações (gosto disso e não gosto daquilo), medos, manias, jeitos, etc.
Como explicar certos comportamentos dos nossos filhos bem pequenos, que nunca ensinamos a eles (nem eles nunca viram alguém fazer ou dizer tal coisa)? 
Como explicar alguns dos medos/fobias dos nossos filhos? Ninguém nunca os ensinou a temerem certas coisas que eles temem.

Por que o filho é excessivamente tímido? Se em casa todos se esforçam para que ele seja extrovertido.
Por que o filho é “distraído” e desastrado? Se em casa todos se enforcam para que ele seja organizado e focado.
Por que o filho é antissocial e tem dificuldade de lidar com grupos? Se os pais se esforçam e ensinam sobre os benefícios do convívio social.
Respondo: “genética”! (coloco entre aspas, pois estou usando essa palavra para me referir a algumas coisas que já estão pré-programadas na mente dos nossos filhos desde que eles nascem). Comportamento herdado geneticamente. Eles nasceram assim!
Algumas coisas interessantes sobre essa “genética”:
a)    A maioria dos comportamentos “nascidos” é identificável em pelo menos um dos dois pais. A criança herdou os medos, manias, gostos e jeitos dos pais. Olhe para algo que você não gosta nos seus filhos. Surpresa! Ou você é assim ou era assim no passado (é sua herança);
b)    Tem comportamento que se aprende “na vida” e também pelo exemplo diário dos pais e demais pares. Não estou falando disso. Estou falando sobre coisas que os pais não ensinaram (até muitas vezes tentaram ensinar o contrário), mas os filhos nasceram assim!;
c)     Nenhuma “genética” pode ser justificativa para o pecado. Ninguém deve ser tratado com “vítima” por causa da sua genética (há sempre a possibilidade de escolha);
d)    Por outro lado, devemos sempre nos lembrar de que muitas vezes os nossos filhos lutam com algumas coisas “impregnadas” neles desde o nascimento. Lutar contra a “genética” é necessário, mas é dolorido!
e)    Tem escolhas e mudanças que são fáceis, porém as mudanças que necessitam do enfrentamento da “genética” são sempre difíceis e penosas. Pode ser uma coisa simples do tipo: “come isso menino!”, ou “por que você não gosta de matemática?” ou mais complicadas do tipo: “por que você é tão nervoso e estoura sempre?”. Sempre é difícil mudar a “nossa natureza”;
f)      Durante a vida, com novos aprendizados e novas experiências os seres humanos vão alterando o seu comportamento. Quero dizer: aquilo que nós “nascemos para ser” é mudado e transformado durante a nossa vida de acordo com as novas experiências e enfrentamentos;
g)    Existem comportamentos “genéticos” bons e ruins. Gosto por música e artes são “aptidões” boas; timidez (postura antissocial) e impaciências são “disposições naturais” negativas;
h)    Penso que, na maioria das vezes, os principais pecados acontecem em meio a quatro condições: 1º) pré-disposição para aquele tipo de coisa; 2º) ambiente/oportunidade favorável a disseminação do mau hábito; 3º) ação do Maligno e (4º) sobretudo a ausência de relacionamento real com Jesus.
i)       Pais devem identificar e separar as características dos filhos que são naturais (genéticas) das que são aprendidas;
j)      As características naturais ruins (negativas) devem ser enfrentadas. Não devemos aceitar comportamentos errados dos nossos filhos em hipótese nenhuma. “Genéticas” ruins devem ser deixadas/enfrentadas/vencidas;
k)     Enfrentar a “genética” é uma ação diária que envolve ensino sistemático, monitoramento, disciplina e muita oração;
l)       O maior legado “genético” que nós todos recebemos é a nossa disposição natural de sermos “senhores” e de negarmos a Deus;
m)  Jesus é o melhor geneticista que existe no mundo. Ele muda qualquer pessoa que nasceu torta e errada a partir do poder do Céu e da ação do Santo Espírito.
Compreendamos e enfrentemos essa “genética”!

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