sábado, 30 de julho de 2011

Isso não é justo!

        Como é difícil  perdoar alguém que nos magoou, não é? Quando isso acontece, queremos distância de tal pessoa, e muitas vezes chegamos até a desejar o mal para ela. Quando somos magoados, nos sentimos inseguros, vulneráveis, tristes, traídos, e pensamos : “Eu não vou perdoá-la(o), pois isso não é justo!!! . Eu quero é que ele(a) receba em dobro o mal que fez comigo” , ou , numa melhor hipótese, podemos até “perdoar”, mas não queremos mais nenhum tipo de relação com essa pessoa.
         Agora eu pergunto, e se Deus fizesse o mesmo conosco? E se Ele olhasse para nós enquanto fazemos algo errado ( quando erramos, magoamos a Deus) , e dissesse: “Você mentiu de novo? Você me desobedeceu de novo? Você me trocou por suas ambições mais uma vez? Ok. Eu até te perdôo, mas cansei, eu nunca mais quero te ver novamente . Fui... “
       Nós podemos até achar injusto perdoar quem nos fez mal. Mas será que o que Jesus fez na cruz por nós foi justo? Ele morreu por nós, exatamente para nos PERDOAR de TODOS os nossos pecados, e muito mais, para nos dar uma vida eterna! Agora, vamos olhar para nossas vidas. Nós merecemos que alguém morra por nós? Merecemos ser perdoados? É justo?
       Se Deus, que é DEUS , escolheu nos perdoar e amar incondicionalmente, quem somos nós então para não perdoar os outros? Ninguém é melhor do que ninguém. Somos todos iguais perante Deus. Amanhã , pode ser você que estará magoando alguém.  Em Lucas 6:37 diz : Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados ; perdoai e sereis perdoados.
      Jesus contou a história de um homem que foi perdoado de uma grande dívida que tinha com seu chefe. Ainda assim, logo depois de ter sido perdoado, mandou para cadeia seu pobre funcionário porque este não pôde lhe pagar uma pequena dívida. Quando o seu chefe ficou sabendo disso, falou: “ Te perdoei aquela dívida toda que me pediste, você não deveria ter igualmente compadecido do seu funcionário , como eu também me compadeci de ti ? “ E , indignando-se, o seu chefe o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida. Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão “ ( Mt 18:32-35)
       Perdoar é uma decisão e não um sentimento. Nós decidimos perdoar porque Deus nos perdoou e nos ama mesmo assim. Quando perdoamos, deixamos o amor de Deus  nos transformar , para que as outras pessoas enxerguem Deus através das nossas vidas. Quando não perdoamos, criamos uma barreira entre nós e Deus. Guardar rancor nos torna uma pessoa fria, amarga, cheia de ódio, e o único prejudicado somos nós. Quando perdoamos, nos tornamos pessoas amáveis, mansas , livres,  e expressamos a maior prova de amor que existiu na face da Terra:   Jesus!
" Eu porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste. "     Mt 5: 44-45

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Como lidar com a agressividade infantil


Apesar da preocupação que causa em pais e professores, a agressividade tem um importante papel na vida de todos: sem ela não haveria possibilidade de lutar pelo nosso espaço, de competir e de assegurar nosso lugar no mundo, desde a infância. Assim, o que se deve controlar é a agressão, a violência e o descontrole que prejudicam o convívio em sociedade e não a agressividade natural que impulsiona para a vida. Inibir por completo as manifestações agressivas causa retraimento e torna a pessoa geralmente apática e sem iniciativa.

Ao longo da vida, a agressividade adquire formas diferentes de expressão. O bebê, por exemplo, usa o choro para comunicar seu desconforto, incluindo a agressividade. Aos poucos, adquire outros recursos para se manifestar e conhecer o mundo, tais como: colocar tudo na boca e morder, dar tapas, tocar e puxar. Esses comportamentos vistos como agressivos pelos adultos nada mais são do que a forma que o bebê possui de descobrir as coisas. Mais tarde, vendo como os pais reagem frente a esses comportamentos é que as crianças aprendem que puxando o cabelo da mãe ou empurrando um coleguinha conseguirão a atenção dos cuidadores. Outra questão é o aumento da necessidade da criança de testar os adultos e as regras: “até onde posso ir?”, “eles continuarão me amando se eu desobedecer?” Com o desenvolvimento da criança, a agressividade passa a ser utilizada também para chamar a atenção e marcar o seu espaço, por exemplo, frente ao nascimento de um irmão. Quando isso acontece, a criança imagina que vá perder o amor dos pais para o bebê e pode reagir tendo crises de agressividade, sendo essa uma tentativa de chamar a atenção dos pais e de demonstrar seu descontentamento.

Chorar, bater, morder, se jogar no chão e espernear são, portanto, as maneiras que as crianças têm de demonstrar que estão incomodadas com algo. A função de ensiná-las outras formas de expressar a insatisfação (que não seja a agressão) e de controlar os sentimentos de raiva é dos adultos que a cercam. Educar uma criança significa mostrá-la maneiras eficazes de lidar com o que sente para que ela possua outros recursos tal como a fala, além das conhecidas crises de choro e de gritos. Esse ensinamento é feito com palavras, mas principalmente com exemplos práticos de comportamento (não adianta um discurso de não violência se, por exemplo, a criança vivencia constantemente o pai tendo crises de descontrole no trânsito).

Para ensinar uma criança a “domar” sua agressividade, algumas dicas são relevantes. Os adultos devem manter a calma frente à situação em que a criança se descontrolou. Deve-se explicar claramente para ela o que aconteceu, apontando as responsabilidades dela, as causas e conseqüências do fato ocorrido. Isso tende a ajudá-la a se controlar da próxima vez. É fundamental que ela peça desculpas quando seu descontrole tiver prejudicado alguém – mesmo que o pedido pareça forçado, ela vai aprendendo o que esperam dela. Nesse sentido, quando os pais ou educadores perdem a paciência, vale também uma conversa posterior com a criança, seja para pedir desculpas ou simplesmente esclarecer o ocorrido. Além disso, criar alternativas para que a criança possa descarregar sua agressividade, como brincadeiras e esportes, tende a ser muito proveitoso.
Finalizando, é preciso esclarecer que, mesmo sendo parte do desenvolvimento normal, ataques recorrentes de agressividade podem ser um pedido de atenção e de ajuda. Devemos, nesses casos, antes de mais nada, refletir sobre quanto carinho e atenção estamos dando para essa criança. Psicólogos e psiquiatras podem ajudar quando pais e educadores não conseguem resolver sozinhos a situação.


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Os benefícios de ter filhos



Escrever sobre "Os Benefícios de Ter Filhos" é como escrever sobre os benefícios de adquirir as minas do Rei Salomão ou herdar a riqueza de Bill Gates. O assunto deveria ser óbvio. Que esse freqüentemente não é o caso mostra não somente um discernimento medíocre, mas uma visão não-pactual da família, onde Deus pactua para abençoar a nós e aos nossos filhos (Sl. 102:28; Gn. 18:19).

A Bíblia apresenta os filhos dos crentes de forma positiva, especialmente no ministério do Senhor Jesus Cristo. Eles recebem proeminência como sendo o capital espiritual e econômico do povo de Deus. Há muitas metáforas impressionantes que anunciam essa verdade.


Metáforas para Filhos

Comecemos com a figura de filhos como bens da conta ativa do povo de Deus. No Salmo 127, o Espírito Santo reúne dois descritores econômicos: "herança" e "galardão". Não há nada dito diretamente sobre riqueza monetária: uma família temente a Deus é rica o suficiente! Nossos filhos são uma "herança" não simplesmente porque nos são dados como um galardão, mas eles mesmos são o galardão. Eles não são dinheiro no banco, mas o próprio banco!

Isso significa que eles são uma "herança" (dom) pertencente ao Senhor, e generosamente dada ao povo de Deus. Em adição, nossos filhos são "recompensa" de Deus. Uma recompensa da parte de Deus é um pagamento generoso, que mostra que os filhos são bens ativos, e não dívidas. De fato, a santidade da palavra "galardão" é ilustrada por Gênesis 15:1, onde Deus fala de si mesmo como nosso "grandíssimo galardão". Não somente o Doador do dom é Ele mesmo o Dom, mas nossos filhos são dignificados pela palavra "galardão".

A palavra "herança" no Salmo 127 descreve comumente a terra de Israel, que era uma terra de leite e mel, uma terra de promessa. Essa terra era completamente imerecida; ela foi dada pela graça. O mesmo se dá com a palavra "galardão", que não significa que merecíamos os filhos ou que Deus nos devia. Antes, para parafrasear João Calvino, Deus se fez nosso devedor por Sua graça.

Os filhos são também armamentos ou armas. Lemos no Salmo 127:4: "Como flechas na mão de um homem poderoso, assim são os filhos da mocidade". Nos templos da Bíblia, o que era um homem poderoso sem flechas? Um arqueiro sem armas é um tigre de papel, um soldadinho de chocolate. Assim como um soldado precisa de armas para ser poderoso, assim um homem necessita de filhos que são sua força.

Os filhos nos beneficiam, especialmente quando são "filhos da mocidade". Isso não está falando sobre filhos jovens, mas sobre pais jovens. A Bíblia encoraja casar-se cedo (Ml. 2:14-15; Is. 54:6; Gn. 37:2). Uma razão para o casamento na juventude refere-se à ajuda dos nossos filhos quando declinamos em idade. Nossos filhos são nossa Previdência Social! A filha de John Howard Hilton disse-lhe de joelhos, ao lado do seu leito de morte: "Não há bênção maior para os filhos do que ter pais piedosos". "E", disse o pai moribundo com gratidão, "para os pais ter filhos piedosos".

Deus também exibe os filhos como uma aljava. Lê-se no Salmo 127:5: "Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, mas falarão com os seus inimigos à porta". Aqui, felicidade e aljava cheia vão de mãos dadas. Quantas flechas cabem numa aljava é um assunto para debate. Alguns têm pensado que uma aljava constitui-se de doze flechas. Existe um antigo provérbio alemão: "Muitos filhos fazem muitas orações, e muitas orações trazem muitas bênçãos". Quando o Rev. Moses Browne teve doze filhos, alguém observou: "Senhor, você tem tantos filhos quanto Jacó"; e ele respondeu: "Sim, e tenho o Deus de Jacó para prover para eles".

Sem dúvida, isso não significa que as flechas em nossa aljava nasceram tão "retas quanto uma flecha". Derek Kidner, em seu comentário sobre o Salmo 127, escreve: "… não é atípico das dádivas de Deus que, de início, sejam responsabilidades, na conta passiva, antes de ficarem sendo obviamente bens da conta ativa. Quanto maior a sua promessa, tanto mais provável fica sendo que estes filhos serão apenas uma mão cheia antes de encherem uma aljava".

Pais de flechas devem endireitar suas flechas, para que voem para o alvo certo. Isso envolve trabalho, amor, paciência e disciplina; assim, nossos filhos são o nosso "capital suado". À medida que treinamos nossos filhos os caminhos de Deus, haverá tempos quando pensaremos que eles são mais uma mão cheia do que uma aljava cheia. Pode até mesmo parecer que nossas flechas estão voltadas para a direção errada, isto é, contra Deus e mesmo nós. Esse paradoxo é explicado ao ver nossos pedo-bens como um tipo de "gratificação adiada"; plantamos em lágrimas com um saco de sementes, enquanto esperamos trazer os feixes com alegria.


A Alegria dos Filhos

Muitos anos atrás um pai piedoso com muitos filhos jovens disse com tristeza: "A Bíblia fala sobre toda essa alegria de se ter filhos. Ainda estou esperando que essa alegria se apresente. Onde ela está?" O que faz o pai piedoso feliz por ter uma aljava cheia? O Salmo 127 responde: "Não serão confundidos, mas falarão com os seus inimigos à porta". Ele é "feliz" por ter o que o comentarista luterano Leupold chama de "filhos corpulentos nas portas da cidade." A porta de uma cidade era onde o povo se reunia para dispensar justiça. O pensamento é que somos "bem-aventurados" por ter filhos que, como advogados, aniquilarão os argumentos dos inimigos de Deus nas portas ("portas" aqui representando o centro judicial ou Câmara Municipal).

É instrutivo que a palavra hebraica para "falarão" no Salmo 127 pode ser traduzida também como "destruirão". Alguns têm pensado na idéia de "matar" os inimigos na porta, visto que a porta era o alvo primário, sempre que os inimigos sitiavam uma cidade (Gn. 22:17; Gn. 24:60). Em seu Treasury of David, Spurgeon disse dos filhos do Salmo 127: "Eles podem encontrar inimigos tanto na lei como na batalha". A razão por detrás de tal sabedoria irressistível é a Sagrada Escritura, que faz dos nossos filhos "sábios para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus".

Um exemplo apropriado de tal sabedoria foi Eduardo VI, o menino-rei da Inglaterra, que colocou "um buraco no tambor" dos seus regentes quando eles instiram que ele permitisse a reintrodução da "idolatria" (os protestantes ingleses do século 16 eram veementes sobre o assunto) por Maria, sua irmã. Quando Eduardo entrou na presença do Concílio, o Lord Tesoureiro caiu diante dele, dizendo que eles permitiriam que Maria reintroduzisse a idolatria. Eduardo perguntou: "É lícito pela Escritura sancionar a idolatria?", ao que o tesoureiro replicou que existiram bons reis em Judá que permitiram postes ídolo e ainda foram chamados bons. Mas a essa resposta inadequada, nosso sábio Eduardo respondeu: "Devemos seguir o exemplo de bons homens quando eles agem corretamente. Nós não os seguimos no mal. Davi era bom, mas seduziu Bate-Seba e assassinou Urias. Não devemos imitar Davi em atos como esses. Não existe nenhum exemplo melhor na Escritura?" Os bispos ficaram em silêncio. Então Eduardo concluiu: "Eu sinto muito pelo reino e pelo perigo que virá disso; espero e orarei por algo melhor, mas o mal não permitirei".1

Um benefício adicional de ter filhos é simbolizado pela figura de "plantas de oliveira" no Salmo 128:3. A figura é provavelmente a multiplicidade de filhos. Essas plantas de oliveira ao redor da nossa mesa não são apenas nossa riqueza, mas também nossa esperança para o futuro. Várias "plantas de oliveira" mostram que uma abundância de filhos não é apenas um sinal de riqueza, mas condena a miopia daqueles que restringiriam esse capital. Se os filhos são riqueza, então a decisão de diminuir essa riqueza pode ser comparada a um homem que envia uma mensagem ao seu banqueiro, pedindo para que ele decline todo interesse futuro sobre os rendimentos do seu dinheiro. Em muitos casos, o casal resolver "não ter mais filhos" é como dizer: "Não podemos receber mais das bênçãos de Deus!" Certamente nenhum ser humano lúcido reclama sobre o engrandecimento da sua riqueza!


Benefícios Adicionais: o Lar, a Igreja e o Mundo

Outro benefício de ter filhos é a expectação de ver os "filhos dos nossos filhos" (Sl. 128:6; Pv. 13:22). A benção dos filhos é transgeracional. Nossos filhos são flechas e nossos netos são "flechas das flechas". Deus nos abençoa com esposas frutíferas, filhos piedosos e "filhos dos filhos".

O lar cristão é um paraíso encastelado. Como disse Spurgeon: "Antes da Queda, o Paraíso era o lar do homem; desde a Queda, o lar tem sido o Paraíso do homem". Assim, o Salmo 128 descreve uma família cheia de riqueza e bênção. É uma bela figura da vida no lar. E o Salmo 128 é um Salmo de conforto para aqueles que sofrem fora do casamento; saímos de casa para lutar e então voltamos para casa a fim de encontrar paz. Lembre-se: a palavra hebraica Shalom (paz) descreve nossa prosperidade espiritual e material.

Sem dúvida, seria errado restringir os benefícios de ter filhos ao enriquecimento da família somente. Os filhos beneficiam tanto a igreja como o mundo. Não temos filhos para povoar o inferno. Quando Cristo tomou as crianças em Seus braços e as abençoou, Ele disse: "dos tais é o reino de Deus". O significado da Sua declaração é inequívoco: nossos filhos são filhos do Reino, sob o governo do Senhor Jesus Cristo. Isso significa que eles têm uma missão real para cumprir, o Pacto do Domínio ou Monarquia de Gênesis 1:26-28, onde Deus nos ordena a sermos frutíteros e nos multiplicarmos, encher a terra, e exercer domínio sobre ela. Certamente, esse pacto da Monarquia pode ser cumprido somente quando nossos filhos são unidos pela fé a Cristo, que governa Sua igreja por Sua Palavra e Espírito, e governa as nações com vara de ferro.

Sua Familia, Onde Está?

Estamos acompanhando um grande volume de chuvas que tem desalojado e desabrigado muitas famílias em muitos estados. Se isso não bastasse, muitas famílias sofrem a perda de seus entes queridos.

Refletindo sobre esses acontecimentos, lembramos de um grande acontecimento narrado na Bíblia Sagrada, no livro de Gênesis capítulo 7, versículo 1 ao 24; que fala do Dilúvio, que segundo a narrativa durou cinqüenta dias sobre a face da terra. Cremos haver alguns aspectos de ensinamento prático que podemos pensar contextualizar em nossa vida familiar.

Deus não só formou o homem e posteriormente a mulher, mas também o possibilitou em constituir sua família, está que atualmente cresceu e se multiplicou sobre a face da terra, cumprindo o propósito do Criador.
No dilúvio, Deus pede a Noé que separe um casal de cada espécie de animal, e entre juntamente com sua família na arca, para que sejam preservados do dilúvio, Deus preservou a “Família” e as espécies que criará na arca que Noé construiu segundo a ordem de Deus.

Sem esta família não poderia se iniciar uma nova geração e chegar o que podemos entender hoje: população mundial. É aqui que talvez nos encontramos com nossa família: na “arca de Deus”, no cuidado de Deus. Como pais provedores e esposos, não só cabe a nós prover, cuidar amar, mas também decidir entrar na “arca de Deus” com toda a nossa família. Sabendo que independente da força das águas estaremos seguros ali e sairemos salvos com nossa família.

Entendemos que podemos usufruir de todos os cuidados dentro da “arca de Deus” pois fora não haverá quem nos salve e estaremos desprotegidos. Estar na “arca de Deus” é estar na plenitude da proteção de Deus, cabe a nós decidirmos onde queremos estar com nossa família na “arca” ou em nossa próprio “barco”.

Decidir ficar em nosso próprio “barco” é uma decisão arriscada e perigosa, e cremos que não será seguro, para aquele que ama sua família e quer o melhor para ela. Precisamos ser humildes em reconhecer que não podemos dar cem por cento de proteção a nossa família e nem a nós mesmo. Não somos suficiente e nem capaz o bastante para preservar nossa família da força das águas da vida. O que fazer então?

Entrar na “arca de Deus” ou ficar no nosso “barco”?

Qual a sua decisão?

Não Sou Culpado!!!



Separação, divórcio é uma palavra que nos causa repúdio, nos faz mal só de pronunciar e ouvir, traz consigo uma carga negativa e de histórias marcadas pela violência, traição, desacordo, discussão em resumo, pela real e autêntica falta de amor e respeito mútuo numa relação. Mas alívio de outros que puderam ver o término de seu sofrimento. O artigo intitulado, “Até que a mentira vos separe”, aborda sobre a falta de confiança e da atitude de acreditar em mentiras que ouvimos sem verificar com cuidado o teor e a fonte dessas “verdades”. Mostramos que isso pode causar a separação de um relacionamento e cremos que pode ajudar a despertar para que seu relacionamento não seja vítima desta armadilha.
Como testemunha disso, podemos dizer com toda certeza, que seja o casal ou os filhos, ninguém sai lucrando com a separação; mais prejuízos se tem do que ganhos na ruptura desse relacionamento. Mesmo que essa separação se de em virtude de extrema necessidade, ainda assim, ficam as marcas, as faltas, o vazio interior que em muitos momentos não puderam ser preenchidos pela ausência do pai ou da mãe na vida dessa criança ou desse adolescente. Mas essa ausência pode ter uma causa desumana e se faz necessário chamar a atenção para uma atitude abusiva e criminosa que estima-se que mais de 20 milhões de crianças sofram este tipo de violência: Síndrome da Alienação Parental, receio que você já tenha ouvido falar sobre esta expressão, mas imagino que já tenha passado ou presenciou esta atitude.
O que mais nos chama a nossa atenção é o descaso e a falta de sensibilidade com daqueles que não nunca tiveram culpa pelos desentendimentos e pela separação, os filhos e se isso não bastasse, acabam usando os próprios filhos contra o ex-cônjuge de forma absurda e inconseqüente e desumana. Esta prática é conhecida como Alienação Parental situação em que a mãe ou o pai de uma criança a treina para romper os laços afetivos com o outro genitor, criando fortes sentimentos de ódio, ansiedade e temor em relação ao outro genitor . Estima-se que 80% dos filhos de pais divorciados sofrem algum tipo de alienação parental.
Independente dos motivos que levaram ao término do relacionamento deve-se proteger e garantir a todo custo que os filhos sejam protegidos e tenham seus direitos respeitados pois a lei garante este direito de serem criados por ambos, com afeto, educação e muito amor; pois a separação é do casal e não dos filhos. E o que se percebe em nossa sociedade é a falta de atitude de pais que abandonam seus filhos por inúmeras razões ou se tornam "visitantes" dos filhos. Ora, "visitantes" são avós, tios, primos e amigos. Pai e mãe juntos devem formar este novo indivíduo, criando-o, amando-o e preparando-o para a vida.
Precisamos como pais termos maturidade e responsabilidade para criar nossos filhos num ambiente de amor promovendo uma educação saudável e inibindo toda e qualquer tipo de abuso de alienação parental contra os nossos filhos. Afinal eles não são culpados!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

...do blog AMOR EM ENSINAR

1 COMO FAZER TEATRO COM CAIXA DE SAPATO


Materiais
-1 Caixa de Sapato
-Retalho de tecido estampado
-Retalho de tecido cor de pele
-45 cm de cordão de algodão
-Fibra de silicone
-Fita de cetim
-Linha corrente 10
-Lã Cisne
-Tinta Squizz da Glitter, cores variadas
-1 pedaço de velcro
-Tintas decorativas Azul e Branco Gato Preto
-Base para artesanato
-Rolinho da Condor
-Pinta Bolinha Condor
-Caneta Risque e Aplique Mariender
-Palito de Sorvete
-Estilete
-Tesoura e Cola Quente


Procedimento:
Modo de fazer a Caixa: Passe Base Branca na caixa. Na tampa, faça uma margem de 3 cm e corte com estilete. Na parte superior da caixa faça um corte de 22x4 cm. Pinte a caixa de Azul por dentro e branco por dentro. No E.V.A corte o fundo, a grama e as flores.
Corte um retângulo no E.V.A, do tamanho do fundo da caixa, faça um risco de sua preferência e contorne-os com Squizz, deixando bem colorido.
Na Tampa de o acabamento com Squizz perolada. Para a alça corte 40 cm de fita, fure nas laterais da abertura superior, passe a fita e de um nó interno.
Moda de fazer a bonequinha:
Para cabeça faça um retângulo 4x5 cm arredondado, corte duas vezes no tecido cor de pele, custura em toda a volta, deixando a parte superior aberta para virar. Vire para o lado direito e encha de fibra e arremate.
Para o cabelo, corte 15 fios de 20 cm cada, dobre ao meio, amarre formando a franja e cole na cabeça.
Para o corpo, corte um retângulo de 23x6 cm, de um lado desfie, do outro lado dobre e faça um alinhavo, franza e ajunte com a outra parte.
Para a perna, corte 25 cm de cordão e de um nó em cada ponta.
Para o braço, corte 20 cm de cordão e de um nó nas pontas.
Montagem:
Coloque o cordão das pernas dobrado ao meio e cole-o debaixo do franzido do corpo.
Cole a cabeça por cima dos braços.
Faça o rosto com a Squizz e a boca com a canetinha risque a aplique.
Pinte o palito de sorvete na cor da caixa.

TEMPO PARA TUDO

1











sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sugestões de livros para pais separados






Os livros que recomendo são  interessantes roteiros para orientar o pai sobre a importância do seu papel no desenvolvimento emocional e felicidade de seus filhos. Existe um mito de que filhos de pais separados são problemáticos, o que não é uma verdade.

Claro que eles sofrem com a separação dos pais, mas isso não faz com que, necessariamente, sejam problemáticos. A questão reside na forma como os pais lidam com essa separação e de que maneira convivem com seus filhos depois dela. Vale dizer que a presença da figura paterna é fundamental para o bom desenvolvimento emocional de seus filhos e nenhum pai pode eximir-se desse papel.
Os fatores mais importantes para uma relação harmônica entre pai e filhos são a convivência, o respeito e o diálogo entre eles. E, para isso, é preciso que a presença do pai seja uma constante no dia-a-dia dos filhos, ele tendo ou não uma boa relação com a mãe deles. Ambos devem saber separar o seu papel de pais do conflito entre eles. O que acabou foi a relação homem/mulher, mas o papel pai/mãe é para sempre.




Para dividir, observar como seu filho vai lidar com o fato e adaptar a família à nova vida, você precisa entender exatamente em qual fase de desenvolvimento a criança está.
Ao decidir se separar, o casal tem de buscar toda a maturidade possível para encaminhar bem a reação dos filhos à nova fase que se inicia. E, por mais que os pais sejam cuidadosos, a rotina muda. Bebês ficam agitados, crianças pequenas voltam a fazer xixi na cama e crianças crescidas passam a dar problemas na escola. Mas, bola pra frente. Separação não é só drama: se a decisão aconteceu, ajudar os filhos a encarar a nova fase será importante para todos.
Coma ajuda de especialistas, podemos dizer que há uma forma de preparar a criança conforme a idade dela. Vai depender da fase do desenvolvimento, da dinâmica da família e, claro, de como isso será conduzido pelos adultos. Por isso, cada faixa etária pede um tipo de cuidado e uma abordagem. “Acompanhadas de demonstrações de afeto, de amor, cuidado, carinho e respeito, essas atitudes fazem toda a diferença para as crianças”, garante o psicólogo Ricardo Muratori. Dividimos aqui as reações mais comuns e uma série de orientações baseadas nas idades das crianças. É claro que isso pode variar muito, mas serão dicas preciosas nesse delicado momento familiar. E mais: a separação do casal não precisa ser motivo para mais culpa em relação aos filhos. Mas deve ser encarada com responsabilidade e como uma nova chance para todos.

De 0 a 2 anos:
É uma fase de adaptação, e o bebê, como uma esponja, absorve tudo ao seu redor. Especialmente nos primeiros meses de vida, a mãe é seu universo e o que ela sente reflete diretamente na saúde e no estado emocional do filho. Quando a separação acontece neste período, ela tende a ficar mais frágil ainda: a mãe perde o acolhimento e a proteção que costuma receber do marido.
Noites mal dormidas, comportamento irritadiço, mudanças no apetite e sintomas como dor de barriga, mal-estar e febre sem motivo aparente são algumas das respostas dos bebês a essas mudanças. Convém evitar conversas tensas ou mesmo agressivas diante dele (mesmo que ainda não tenha um bom entendimento das palavras, ele pode notar o tom). Se a mãe ainda estiver amamentando, que as visitas do pai não atrapalhem esse momento. Manter o ambiente de casa tranqüilo e respeitar a rotina da criança é essencial.
Com os mais crescidos, a separação pode desencadear desânimo, redução do interesse por brincadeiras e atividades rotineiras. É nesta fase também que o universo do bebê passa a não se restringir mais à mãe e o pai começa a desempenhar um papel diferente para ele. Por isso é importante que a distância não destrua o vínculo entre eles. Aproveitando que as mamadas são menos freqüentes, as visitas podem ser um pouco mais prolongadas. Mas o ideal é que não passe, por exemplo, um final de semana inteiro longe da mãe. Uma opção seriam encontros durante a semana, mais breves. Nesses momentos, o pai pode, inclusive, ter a ajuda da mãe, da irmã ou de alguém com experiência, até mesmo a babá. Porém, é fundamental que ele converse com a mãe da criança para os detalhes da rotina.


De 2 a 6 anos:
Diante da separação, a criança pequena costuma fazer perguntas como “cadê o papai?”,“por que a mamãe não está aqui?”, “por que vocês brigaram?” etc. Suas dúvidas e inseguranças, no entanto, vão além do que perguntam. Existe o medo do abandono,da perda do amor do pai ou da mãe e um sentimento de culpa. O psicólogo Ricardo Muratori explica que nesta fase predomina a fantasia: a criança acredita que o que ela pensa acontece. Entre os meninos, por exemplo, é comum desejarem a mãe só para si em um momento e, em seguida, identificarem-se mais com o pai. “Quando a separação acontece diante desse conflito afetivo, vem a culpa, a idéia de que foram seus desejos que desencadearam todo o processo”, afirma. As crianças também podem regredir em relação a aquisições já feitas (voltam a fazer xixi na roupa, não articulam as palavras tão bem quanto faziam, por exemplo). Podem demonstrar raiva, angústia, agressividade, ter choros freqüentes e birras mais acentuadas, alterações de sono e de apetite, dores de cabeça, vômitos e febres. Na hora de ir à escola, podem surgir dúvidas do tipo: “Se meu pai já saiu de casa e me deixou, será que minha mãe vai voltar para me buscar?”.
Para acalentar essa criança e acalmar seus conflitos emocionais, é preciso muita conversa. Ela tem de perceber o interesse dos pais em seus sentimentos.“Verbalizar colocações como ‘entendo que você esteja triste e que esteja sendo difícil’ é positivo, pois ajuda a criança a se sentir compreendida e amparada”,diz a psicóloga clínica e educacional Celise Govêa.
É importante ainda a criança ter um canal pelo qual expresse, ainda que inconscientemente, seus sentimentos. Podem ser desenhos, jogos, brincadeiras, livros, simulações feitas com seus brinquedos e bonecos. Que haja, enfim, um espaço em que ela expresse simbolicamente a raiva que sente dos pais, a sensação de abandono ou o que estiver em seu inconsciente. A criança provavelmente não entende tudo o que está acontecendo, mas, enquanto empurra carrinhos, dá banho em uma boneca ou anda de bicicleta, ela projeta seus sentimentos e elabora os conflitos que está vivendo.
Nesta idade há uma série de novidades que envolvem outras decisões importantes quanto à educação. Como a escolha da escola, por exemplo. É importante que seja uma questão de comum acordo, e que ambos participem desde a fase de adaptação até as reuniões com professores. Mas é no dia-a-dia, perguntando detalhes, que a criança vai sentir a presença dos pais.

De 7 aos 10 anos:
A partir dos 7 anos, as crianças conseguem formar conceitos, percebem o que está acontecendo, têm um julgamento mais apropriado da situação. Tendem a fazer muitas perguntas e a manifestar tristeza e descontentamento de maneira clara e direta. O que elas precisam? De colo.
A psicanalista Miriam Chicarelli Furini afirma que, quanto maior a criança, maiores são suas condições psíquicas para lidar com a ruptura. Mesmo assim, há o sofrimento, claro em sintomas como distúrbios de sono, alterações no comportamento, irritabilidade, desejo de se isolar, mudanças no apetite.
A escola é uma boa vitrine. Atitudes mais agressivas com amigos e professores, comportamentos mais agitados, isolamento e queda no desempenho são alguns sinais de que a criança não está bem. Por isso é fundamental que a escola seja informada do que está se passando em casa.
A rotina da criança e seu círculo social, de qualquer forma, devem ser mantidos.É importante para ela, nesta fase, ir à escola, preservar relacionamentos com amigos, ter a chance de trocar experiências, tirar a mente um pouco do ambiente familiar e sustentar as responsabilidades do dia-a-dia. Bem como é fundamental manter os eventos sociais familiares, de ambas as partes. Se o dia da festa calhar de ser em final de semana ou dia em que o combinado seja estar com o outro pai, é hora de negociar encontros substitutos. Tudo pela convivência.

No geral, tente sempre conversar. É importante deixar a criança expressar sua tristeza, sem pressioná-la para reagir positivamente. Além de falar, a criança deve ter outras maneiras para expressar seus sentimentos, extravasar, deixar fluírem suas emoções. Isso pode acontecer por meio da prática de um esporte, em atividades com arte e música e até por meio de brincadeiras. Os pais têm de ficar atentos a isso e, se notarem acriança demasiadamente fechada, uma terapia pode ser uma boa alternativa.
Fonte: Crescer

Quando a Criança Precisa de Psicoterapia?

Na maioria das vezes, psicoterapia está associada com atendimento para adultos, que pode acontecer por uma demanda específica ou para o processo de auto conhecimento. Quando o cliente chega com uma queixa específica, o tratamento psicológico, torna-se indicado em qualquer faixa etária, legitimado por um motivo especial.

A criança, assim como o adulto, é um ser complexo, que sente, sofre, age, reage, e ao mesmo tempo possui suas particularidades, pois está no mundo em pleno processo de desenvolvimento biopsicossocial, de forma muito mais acelerada do que o adulto. A criança está em meio a uma rede de relações que desempenham importante papel na construção do seu crescimento como pessoa.

Assim, quando algo não vai bem em alguns desses laços a criança facilmente sente-se afetada, principalmente porque essa rede ainda se constitui muito frágil para ela. Seja na relação com os pais, com outros familiares, com a escola, com amigos diversos e até com ela mesma, as diversas mudanças que vão ocorrendo em sua vida são suficientes para que ela se desestabilize, o que é esperado de qualquer ser humano em formação. Nem sempre a criança consegue estar no mundo, em meio às mudanças, sejam elas esperadas ou não, podendo lidar bem, reagindo de forma livre, atuante, ou seja, aprendendo com isso, a lidar melhor com situações mais complexas em sua vida.


A criança se isola, se fecha, agride ou adoece, de alguma forma reage a tal situação, sofre, e não consegue entender o que está acontecendo com ela.

As queixas mais comuns são aquelas que advém de comportamentos que não são socialmente aceitáveis, como por exemplo a criança dita agressiva, que bate em seu colega com ou sem razão. Geralmente a escola é o primeiro segmento a tentar lidar com essa situação, mas as questões que envolvem esse tipo de comportamento transcendem às questões puramente educacionais. Os mais diversos motivos estão presentes para a criança estar no mundo reagindo dessa forma: pode ser a separação dos pais, um irmãozinho novo que vai nascer, algum segredo de família que lhe diz respeito, como por exemplo, ser adotado, dentre outros. A criança que agride está expressando ao mundo sua indignação sobre algo que, muitas vezes, apenas sente sem saber clarificar o que a faz sofrer. Esse foi o modo que ela encontrou para externar e devolver ao mundo seu sofrimento.

Também pode ocorrer dos pais procurarem auxílio quando seu filho adoece muito, principalmente sem razão aparente. Primeiramente os pais levam a criança ao pediatra para tratar da possível doença, mas o profissional percebe que essa criança adoece em determinadas circunstâncias e que, o desencadeamento do processo de adoecer não possui um agente tão expressivo quanto a própria estória que aquele paciente sugere. Nesse caso, são comuns as doenças respiratórias, vômitos e dores de cabeça sem uma enfermidade orgânica que justifique tais sintomas. Por isso o médico que acompanha o desenvolvimento dessa criança indica um psicoterapeuta. Como na situação anterior, a criança está expressando algo, se colocando da maneira que pode frente a fonte de estresse, mas neste caso, o espaço utilizado é o próprio corpo, dirige o sofrimento para dentro de si.

Já as crianças que reagem se isolando, estas demoram a chegar no consultório porque se passam por crianças muito educadas, quietas e tranquilas. A comunicação que fornecem ao mundo é: Não me revelo, não me coloco. Elas são as mais difíceis para o psicoterapeuta lidar, geralmente o processo psicoterápico leva mais tempo, pois há pouca troca, pouca expressão por parte da criança. A psicoterapia ocorre em um ritmo mais lento. O psicoterapeuta terá que ter mais paciência, para aproveitar ao máximo tudo o que essa criança conseguir revelar, trabalhando sempre no sentido de ampliar sua expressividade o melhor possível.

Ao contrário do que o senso comum pensa, a criança dita agressiva é mais acessível para o psicoterapeuta tendo uma resposta mais rápida, pois se expressa, se coloca e se relaciona com o mundo de um modo mais aberto.

Nas situações descritas acima a criança chega ao consultório por uma demanda específica, algo que salta aos olhos dos familiares. E os motiva a buscar o psicoterapeuta para cuidar da situação já instalada, sob o cunho da ação curativa, isto é, sanar algo que não está indo bem.

Por outro lado, a criança é um ser que está se desenvolvendo, se abrindo a um mundo de possibilidades, descobrindo e construindo o seu jeitinho de ser e o seu papel no mundo. A sua responsabilidade cresce a cada dia bem como o ganho da autonomia, na mesma proporção em que já não precisa mais de tantos cuidados como antes. Com tudo isso acontecendo é bastante salutar e porque não dizer, preventivo, a ação psicoterapêutica nesse momento tão importante da formação do indivíduo.

Seja com um adulto ou com uma criança, a psicoterapia trabalhará visando como este ser se coloca no mundo, para que ele possa se perceber como indivíduo que se afeta e afeta o outro e, a partir daí, possa construir um sentido mais apropriado para si, com mais auto respeito e criatividade. A psicoterapia existencial leva em conta esta forma de ver o ser humano e também está sempre atenta a singularidade do ser. Propõe um trabalho em que esteja presente a responsabilidade como fator fundamental no processo de conscientização do indivíduo sobre si mesmo, para então tornar-se agente do seu processo psicoterápico interagindo com o seu psicoterapeuta e futuramente agente de sua vida.

O que há de mais particular nesta abordagem é que ela se utiliza do método fenomenológico de Husserl. O psicoterapeuta trabalha com o fenômeno que se apresenta sem julgá-lo ou interpretá-lo, partindo sempre do geral para o particular. Ou seja, a criança chega ao consultório com sua história de vida, apresentando muito mais do que um sintoma, apresenta a si da única forma possível para ela estar no mundo no momento. O psicoterapeuta presentifica esse estado para ela e busca a particularização do fenômeno colocado. Desse modo, não se trabalha relações de causa/efeito com a criança. Pois essas não modificam o que se sente, muito menos apontam para soluções. Portanto, a psicoterapia existencial não trabalha com sistemas classificatórios, com enquadres que sugiram qualquer tipo de rotulação ou julgamento.

A ludoterapia (psicoterapia para crianças) na abordagem existencial, trabalha com a criança levando em conta como ela está se revelando para si e para o mundo. O tal problema específico, é uma dentre as várias formas dessa criança estar existindo. Ao abranger toda a estória desta criança, seus sentimentos, conceitos, forma de agir, enfim, tudo o que lhe diz respeito e não somente um sintoma expresso, torna-se possível uma ação mais integrada, afetando a criança como um todo.

É claro que o alcance de autonomia da criança é bem diferente do adulto, pois ela ainda precisa muito de sua família tanto como provedora das necessidades básicas como para seu desenvolvimento emocional. Mas isso não impede que ela cresça com mais iniciativa e independência naquilo que lhe compete, conforme sua idade.

A resolução de um tal problema específico se torna secundária e muitas vezes ocorre como se sumisse naturalmente. Na verdade, ao trabalhar os diversos aspectos da criança, quando ela começa a tomar conhecimento de si e de como se relaciona com o mundo, e aprende a distinguir seus sentimentos e expressá-los melhor, torna-se mais livre, mais responsável, considera um leque maior de possibilidades para existir nos diversos espaços do mundo. Então aquilo que a estava afligindo pode ser visto de uma nova forma, resignificado, mais flexível, menos cristalizado, ou seja, com sua criatividade fluindo e colaborando com ela.

A ludoterapia é um processo que exige um grande trabalho de ambos. Psicoterapeuta e criança trilham um caminho cheio de encontros, desencontros, brincadeiras, escorregadas em alçapões, confrontos com bicho-papões, medo do escuro, viagem gostosa por uma grande floresta de surpresas, passagem por portas de emoções que levam para infinitos caminhos. Sem dúvida, uma estória fascinante, com a presença de personagens importantes e dois roteiristas fundamentais. Constroem nesta aventura uma relação de respeito mútuo e grande aprendizado para cada um e desejando sempre um final o mais surpreendente e feliz possível.

Psicóloga Gabriela Bessa

Pais Separados: Como Lidar Com Seus Filhos?

A questão mais anterior e fundamental que vai permear toda a relação pais e filhos e que será colocada em cheque no momento da separação, é o amor entre pais e filhos. Parece algo simples, amor entre pais e filhos é visceral, natural, inquestionável. Contudo a realidade de como as relações se constroem mostra um outro quadro, muitas vezes evidenciada pela situação da separação do casal.
Pais têm diversas atitudes para com seus filhos que, às vezes, passam por atitudes amorosas mas que na verdade mostram insegurança, dúvida, ambiguidade, obrigação. Isso ocorre principalmente porque a sociedade nos educa com fortes paradigmas que estão arraigados tanto por uma educação socialmente constituída, quanto pela educação familiar que, por conseguinte, reproduzimos nas nossas relações pessoais.
O principal paradigma que está sempre presente e que rege as relações é que: Todo pai/mãe ama seu filho/filha e vice-versa, ou seja, que: Todo filho/filha ama seu/sua pai/mãe. Parece uma verdade inquestionável. É um amor instituído, quer queira, quer não.
Ao vir ao mundo a criança já chega com esse dever e os pais, uma vez tendo escolhido desempenhar essa função social, passam a ter essa mesma obrigação, mas com um roteiro a seguir: amar, cuidar, educar (ensinar o que é certo, o que se deve ou não deve fazer) e encaminhar seus filhos na vida, sabendo o que é melhor para eles.
Esse script parece muito lógico enquanto a priori, mas a vida das pessoas não acontece tão rigidamente, como receita de bolo, ou como produção em série de uma fábrica. Quando se trata de pessoas, de relacionamento humano, o que se apresenta é exatamente o que é mais característico da humanidade, isto é, a particularidade, o singular, a imprevisibilidade, as infinitas motivações para realizar uma vida, o desejo.
Considerando a perspectiva acima, o ser humano é um eterno devir, ou seja, vai se construindo e construindo sua relação com o outro na vivência, na experiência do cotidiano. Ainda que se faça planos, trace metas, não há garantia de que os planos ocorram exatamente como teorizados, possivelmente não acontecerão exatamente como idealizados. Porque a todo momento se está mudando de idéia, se está mudando de sentimento, tanto em relação a si próprio quanto em relação aos outros e isto acontece na relação com o outro, já que o ser humano é especialmente passível de transformação. Então não é possível saber-se pais antes de sê-lo. Parte-se do zero, pais são tão somente pessoas que tiveram filhos.
A nova função, pais, ocorre em meio a uma mistura de relações e sentimentos. Cada um traz as suas referências da figura de pai e mãe de sua família de origem, as suas expectativas de como deseja constituir esse novo papel, da forma como acha que deve ser, o tipo de educação, as motivações para esse novo passo, o sentimento envolvido em relação ao cônjuge, etc. Todos esses aspectos se interrelacionam considerando ainda os paradigmas citados mais acima. Então, a todo momento os pais são testados entre o que desejam como pais e o que realmente são.
Quando permanecem referenciados no paradigma, Todo pai/mãe ama seu filho/filha que, no caso de haver mais filhos, costuma se estender para: Todo pai/mãe deve amar seus filhos da mesma forma, o conflito entre seguir essas leis e seguir o que se sente é enorme. Aparece a insegurança, a cobrança, as dúvidas, os sentimentos ambíguos e, principalmente se houver uma situação penosa como a separação para incrementar a dificuldade, muitas vezes, os pais confundem amar seus filhos com atitudes amorosas compensatórias. Essa confusão se torna mais evidente e mais utilizada com o advento da separação.
É muito comum dificuldades com limite, com a diferença entre o que se pode ou não deixar os filhos fazerem de suas vidas. A diferença essencial nesse aspecto, em que os pais imersos em seus conflitos não articulam muitas vezes, é que amar seus filhos significa deixar que façam o que querem com responsabilidade, ou seja, nem sempre se pode fazer o que quer, existem limites que precisam ser considerados. Este comportamento é uma forma de cuidado e atenção imprescindível para a criança. Assim é possível liberdade com responsabilidade como forma de amar. Diferentemente de deixar a criança fazer o que quer sem levar em conta a segurança da criança, ou seja, tanto a integridade física quanto a psíquica, no que se refere ao mundo que ela irá enfrentar. (aparente liberdade)
Como a criança vê a separação dos pais?
A criança, assim como o adulto, também convive com paradigmas, principalmente diante de situações novas, desconhecidas e conflitivas como a separação. Abaixo estão alguns fantasmas que as crianças vivem com a nova situação de sua família que são de suma importância para os pais entenderem como as crianças imaginam, pensam e sentem sobre tudo o que está ocorrendo:
"Se papai e mamãe não se amam mais, então podem deixar de me amar a qualquer momento."
A criança demora a entender que os pais se separaram mas não perderam os pais, eles deixaram de ser marido e mulher mas não deixaram de ter o sentimento de amor de pais. Para a criança os papéis: marido, mulher, pai e mãe são indissociáveis. Então quando acontece a separação, leva algum tempo para a criança entender que não perdeu seus pais.
Muitas vezes os próprios pais contribuem para que a criança sinta como se estivesse perdendo um ou outro. Ex: Quando se pergunta para uma criança: Quem ela escolhe? ( ficar com a mamãe ou com o papai?) De quem ela gosta mais, do papai ou da mamãe? Cria-se uma situação altamente ansiogênica para a criança. Esta sente que deve escolher entre um e outro exclusivamente, como se ao escolher ficar com um, não ficará mais com o outro não só em relação a morar, mas também quanto a abdicar da relação pai/filho ou mãe/filho, do sentimento, da intimidade, do amor. É como se fosse algo definitivo.
Para os pais também não é muito diferente, quando a criança fica com um ou com o outro, o cônjuge que não mora mais na mesma casa, se afasta como se algo tivesse quebrado. Nesse momento a relação entre o cônjuge que está distante fisicamente e o filho está a prova, ou seja, será que esse afastamento é somente circunstancial ou será que a relação estava fragilmente calcada na determinação do papel social onde o que prevalece é tão somente o paradigma: Todo pai/mãe deve amar seu filho?
"Se eles brigaram e não querem mais viver juntos, é por minha causa, pois aposto que discutiram sobre mim."
A criança acha que tudo gira ao seu redor, portanto todas as brigas tem a ver com ela. Às vezes os pais realmente brigam por causa da criança, isto é, por divergências na educação, nos cuidados, nas obrigações, mas descuidam quando discutem na frente da criança. Não que se deva esconder tudo o que acontece, mas é necessário que se escolha o momento e a forma adequada de passar para a criança o que está ocorrendo, como um filtro, dando condições, considerando sua idade, para que ela possa entender e participar do que houve.
"Papai (mamãe) não mora mais aqui, não tem porque vir aqui, não liga mais pra mim."
A distância física algumas vezes é justificativa para muitos comportamentos dos pais tanto os que se distanciam quanto aqueles que passam a ser mais presentes do que quando moravam juntos.
Por todas as desavenças de marido/mulher, por tudo o que a casa lembra daquele relacionamento, o cônjuge que vai para uma outra casa, tem muitos motivos para não querer aparecer na antiga casa e, às vezes, mistura os papéis deixando de ir lá, perdendo a frequência de ver os filhos que também moram naquela casa. Mesmo quando alguns pais fazem questão de ser presentes, por não habitarem mais a mesma casa, já imprime uma grande diferença de rotina para as crianças que sentem com os dias e horas a menos de convivência.
E a separação para os pais?
Para os pais é tão difícil quanto para as crianças, porque a situação da separação, seja amigável ou não, de qualquer forma implica em perdas para ambos, e dependendo de como foi sua relação, isto é, o papel que cada um ocupava antes do rompimento, vai afetar diretamente as relações posteriores. Por exemplo: Se o pai já não era muito presente, se torna totalmente ausente. Se a mãe já era protetora, do tipo que resolve tudo, vira super mãe. Se o pai era apegado aos filhos, se torna pegajoso etc.
É como se colocasse uma "lente de aumento" movida pelas inseguranças, dores, ressentimentos que a nova situação (separados) lançou cada ex-cônjuge. Desencadeia uma necessidade de compensar aquilo tudo o que foi perdido. É como se alguém tivesse morrido e as pessoas ainda estivessem de luto, muito presas a esse passado, ainda não vislumbram o que ganharam estão apenas olhando para o que perderam, então tentam compensar a si e aos outros.
Ao se deparar com o fato de que aquela relação morreu e que com ela foi junto todo um conjunto de trocas, sejam afetivas, financeiras, responsabilidades, e outras, independente de terem sido agradáveis ou não, cada ex-cônjuge experiencia uma nova rotina que modifica toda a dinâmica familiar. Com isso, a vida dos filhos muda inevitavelmente no que diz respeito a esse novo ex-casal. Este herda a relação com os filhos mais a relação com o ex-cônjuge.
Muitas dúvidas, incertezas, sentimentos, ressentimentos perpassam essa nova família. Assim como a criança, sente culpa pela separação dos pais, estes também sentem-se culpados em relação aos filhos por causa da separação. Daí várias atitudes compensatórias por parte dos pais após o rompimento.
Essa culpa existe porque a vida da criança, bem como a dos adultos, irão sofrer mudanças às quais se remetem à decisão dos pais se separarem. Como por exemplo, a privação da convivência diária com o pai ou a mãe que não mora mais na casa. Aquele que ficou sente-se culpado pela tal falta que o outro fará na vida da criança. E aquele que foi para uma outra casa sente-se culpado por estar distante. Este pode até achar-se totalmente dispensável na vida da criança, se afastando por achar que não tem direito, nem lugar nessa nova forma de viver. Isso acontece porque a separação, amigável ou não, é vista como um fracasso familiar do qual os cônjuges são seus algozes resultando em uma visão simplista e punitiva de que: "Se não sou capaz de manter meu casamento, consequentemente não tenho competência para exercer o meu papel nessa família."
A consequência dessa visão distorcida é a eliminação dos dois papéis: o de parceiro(a) e o de pai/mãe. Há uma enorme insegurança quanto a competência de cada um nesses papéis que se denuncia em situações compensatórias com os filhos, como por exemplo: no presentear demais os filhos; ao sugerir que a criança escolha com quem quer ficar e, consequentemente, quer saber quem ela ama mais; ao proteger o filho ao máximo possível para que ele escolha estar sempre junto, etc.
Além da insegurança em relação a competência tem também a questão de achar que seus filhos estão marcados por um desfavorecimento no mundo em relação às outras crianças que têm seus pais convivendo juntos.
Essa confusão dura algum tempo e vai perdurar ou não dependendo de como essa nova família vai se estruturar e assumir a nova realidade. Portanto, os ex-cônjuges são responsáveis pela separação e não culpados dela, como se fosse um erro irreparável do erro de terem um dia se escolhido.
A responsabilidade da separação e suas consequências não determinam prejuízo para os filhos mas, a culpa dos pais, esta sim, torna-se um peso para a criança pois esta percebe e sente a insatisfação e a confusão que seus pais estão imersos e, assim, a culpa dos filhos acaba por ser alimentada.
Após o período de luto, de confusão, quando a realidade supera os fantasmas, pode surgir a possibilidade de organização de uma nova família a partir da inserção de um novo membro - o marido da mãe ou a nova esposa do pai.
Psicóloga Gabriela Bessa
Psicoterapeuta Existencial
Se você apanhou dos seus pais e, hoje, se considera uma pessoa educada, provavelmente deve achar que isso contribuiu para o seu sucesso, correto? Esse é apenas uma das questões levantadas em É possível educar sem palmadas? (editora Paulinas, R$ 24,70), da doutora em psicologia Luciana Maria Caetano. Mais do que dizer que ela não funciona, a especialista mostra quais caminhos os pais podem seguir para que consigam impor limites sem agressividade. O livro não traz fórmulas prontas, por isso, não pense que somente ele vai resolver os problemas de educação na sua casa. Deixe os seus pré-conceitos de lado e entre nessa reflexão com a gente.

CRESCER: Por que dar palmada não funciona?
Luciana Maria Caetano: Porque ela é falível. Nada garante que uma criança que apanha vai deixar de ter um comportamento inadequado. Pior: algumas crianças se acostumam com a palmada e não ligam mais quando os pais a ameaçam – o que significa que eles perderam a autoridade. Além, claro, do fato de que agressividade não faz bem. Vejo adultos que se indignam quando sabem de casos de violência, então por que alguns ainda acham normal bater numa criança? Não tenho dúvidas de que quando um pai bate numa criança ele mostra para ela que a violência é o meio de resolver os problemas, de que os mais fortes têm direito a bater nos mais fracos.

CRESCER: Quais as conseqüências da palmada para as crianças?
LMC: Primeiro, um argumento que ouço muito, é de pais que são a favor da palmada, de tapas, mas dizem que são contra a pancada. Mas como mensurar isso? Porque quando se está com raiva, é difícil medir a força. E a criança é frágil também. Além disso, a palmada gera na criança um sentimento de crédito: “fiz uma arte e, apanhando, paguei por ela. Agora estou livre para cometer novas”. É assim que os pequenos pensam. A palmada não é acompanhada de reflexão, do entendimento de que se faz a coisa errado. Por sua vez, os pais acabam distanciando-se dos filhos quando batem neles.

CRESCER: Se um adulto recebeu esse tipo de castigo dos pais e acha que isso foi responsável pela sua boa educação, como convencê-lo do contrário?
LMC: Essa é uma das perguntas mais difíceis de ser respondida. Hoje em dia vemos que, por conta do autoritarismo do passado, muitos pais foram para o caminho inverso, de não dar limite nenhum ao filho. E isso também é errado. Acho que os pais que creditam à palmada o fato de serem pessoas de bem na verdade o são por causa das regras claras que os seus pais impunham. Não encontrei nenhum adulto que tenha dito “ah, aquele dia foi muito especial para mim porque apanhei”. O que faz uma pessoa ser correta é a noção de certo ou errado que ela tem. Os pais do passado usavam a palmada para passar princípios, mas hoje sabemos que existem outras formas para isso.

CRESCER: E como os pais podem impor regras e limites sem usar a palmada?
LMC: Os pais precisam ser exemplo de justiça, respeito, dignidade, que são princípios universais. Não adianta falar para o seu filho não mentir se você próprio mente. Ou dizer para ele não ser agressivo se você explode em brigas no trânsito. Tem que explicar: "você escova os dentes porque isso é bom para a sua saúde". Frases como “se você não escovar eu vou te bater” ou “se você não escovar vou ficar triste” não são indicadas. Além disso, é essencial ser paciente. Educar uma criança exige paciência. Muitos pais usam a palmada porque esse é o caminho mais fácil.
LMC: Sim. Mas o castigo tem que estar diretamente relacionado com a “arte”. Sujou? Tem que limpar. Quebrou? No próximo final de semana não haverá passeio, pois o dinheiro será usado pra consertar. Nesse sentido, não dá para negociar com a criança e, quanto mais nova ela for, mais regras inegociáveis. Isso muda, claro, na adolescência. Os pais precisam voltar a ter firmeza. A historia do cantinho para pensar, para mim, não funciona. Especialmente para as crianças pequenas, até 6 anos. Elas ainda não têm raciocínio formal completamente desenvolvido e podem associar a ideia de que pensar é algo ruim. Alguns pais acham que a palmada é um jeito de castigar que vai resolver para sempre os problemas, mas não é bem isso, pois é a repetição que faz com que uma regra seja interiorizada e se torne um hábito.
                 

CRESCER: O castigo, sem palmada, é válido?

CRESCER: O que significa, para a sociedade, ainda ter uma geração inteira de crianças que apanham dos pais?
LMC: Felizmente, eu não acredito em determinismo. As pesquisas são muito claras em mostrar que crianças que foram vítimas de agressão também se tornam mais agressivas, têm tendência a se tornar depressivas ou a se envolver com drogas. Mas é preciso lembrar que somos sujeitos ativos. Se mesmo com um ambiente familiar desestruturado a criança tiver oportunidade de conviver com modelos adultos de afetividade, na escola, por exemplo, acredito que ela terá chances de se tornar um adulto equilibrado e feliz.

CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS ....surdas.

A fantasia é fundamental para a criança entender a realidade que a cerca. Para quem não ouve nem fala, o faz-de-conta representa muito mais: a integração no mundo das brincadeiras das crianças comuns, sem deficiência. A pedagoga Daniele Nunes Henrique Silva pesquisou o assunto, publicado no livro Como Brincam as Crianças Surdas, da Editora Plexus. Em seu trabalho, ela ressalta a importância de se conhecer a língua dos sinais para entrar na fantasia com os amiguinhos e se igualar a eles no desenvolvimento intelectual.

O que a levou a pesquisar as brincadeiras das crianças surdas? No curso de graduação, na Unicamp, comecei a estudar as brincadeiras de faz-de-conta de crianças em orfanato, interessada em saber que papéis elas gostavam de interpretar. Minha professora na época estudava as crianças surdas, percebendo que elas brincavam muito com situações que as faziam sair da condição de surdas, como atender telefone e ouvir rádio. Fiquei interessadíssima e resolvi fazer minha tese de mestrado aprofundando esse tema, com base nas seguintes questões: Como a criança surda utiliza a língua dos sinais nas brincadeiras? Como encena os papéis sociais? Que relação tem essa escolha com a linguagem?

O que você descobriu? A pressão do mundo ouvinte é grande sobre a criança surda e ela quer entendê-lo. Uma das formas de fazer isso é brincando, e quando conhece a língua brasileira dos sinais, esse universo da brincadeira fica mais amplo. Ela pode explicar para o amigo o que está representando na brincadeira ou do que pretende brincar. Pode pegar uma cobra de pano, por exemplo, e indicar para a outra criança que aquilo virou uma moto. Esse ato de brincar com as idéias é essencial no desenvolvimento infantil. Para a criança surda que não domina a linguagem dos sinais, a brincadeira fica difícil porque ela não consegue passar sua idéia para o outro. Como ela diz para o parceiro que estão brincando de dirigir?

A brincadeira dessa criança precisa ser adaptada?
Não, a criança com surdez brinca da mesma forma que as outras. A diferença está na maneira de se comunicar. Por meio da palavra, ambas entram no mundo do faz-de-conta. No caso da criança surda, os sinais são a palavra. Quanto mais cedo ela aprender essa linguagem, melhor para seu desenvolvimento. Porque ela terá maior condição de representar o mundo e de se expressar sobre ele. Essa é a base de todo raciocínio da criança e o fundamento de todo pensamento simbólico, abstrato e representativo.

O que chamou mais a atenção nas brincadeiras dessas crianças? A criança surda organiza a brincadeira de um jeito diferente, porque utiliza as mãos para tudo, fazer sinais, gestos e compor expressões corporais. E tem de representar com muita rapidez para o colega entender, entrar no enredo e não desistir da brincadeira. Se ela não sabe a língua dos sinais, a brincadeira não se desenvolve tanto quanto no faz-de-conta da criança ouvinte, que recheia sua fantasia com muitos diálogos e representações. Outro aspecto é que o faz-de-conta começa quando a criança aprende a falar. Por volta dos 2 anos todas têm essa capacidade. No caso da criança com surdez, é quando ela começa a se expressar por sinais. Daí a importância de os pais detectarem o problema cedo e usarem a linguagem dos sinais com o filho o quanto antes. A criança que ouve participa do mundo muito antes de falar. A mesma coisa precisa ocorrer com o deficiente auditivo. Ele precisa estar inserido no universo da sua língua muito antes de começar a falar.

Que dicas você poderia dar de como brincar com a criança surda? É ela que nos ensina a brincar. Muitos me perguntam se tem um brinquedo específico para surdos. Os brinquedos são iguais para todo mundo. Não se pode discriminar brinquedos, a sociedade já está por demais discriminada. Se for pensar assim, daqui a pouco vai ter brinquedo para branco, negro, índio, chinês. Não é preciso ensinar uma criança a brincar. No caso do deficiente auditivo, é só dar a ele ferramentas para se comunicar, para que ele faça fluir sua imaginação.

Dá para ensinar a língua dos sinais na brincadeira? Esse aprendizado deve funcionar igual ao da fala para a criança ouvinte. Não a ensinamos a falar. No cotidiano, com a convivência com os pais, suas atividades são marcadas pela fala. Deve ser assim com a criança surda. O neurologista Oliver Sacks escreveu sobre isso num livro, descrevendo um lugar nos Estados Unidos, a ilha de Martha’s Vineyard, no estado de Massachusetts, onde a maioria dos habitantes é surda. Ele diz que quando se chega lá você é o diferente, porque é o ouvinte e todos se comunicam por sinais. E o desenvolvimento das pessoas é igual ao de qualquer ouvinte. É isso que os pais de crianças surdas têm de entender, o quanto é importante aprenderem a língua dos sinais, como se fossem surdos também, para transmiti-la ao filho. “Os pais da criança surda precisam aprender a língua dos sinais para ensiná-la ao filho o mais cedo possível. Isso faz diferença nas suas brincadeiras "

Como Brincam as Crianças Surdas /Daniele Nunes Henrique Silva - Editora Plexus

Deficiência visual..no meu filho?!

Superproteção
A deficiência visual, como qualquer outra, não deve se tornar um pretexto para privilégios na educação da criança. "Os pais têm de tomar cuidado para não superproteger esse filho. Ele deve ser estimulado a ser uma pessoa independente", afirma a psicóloga Solange. É importante ensinar o deficiente visual a ser organizado, para que possa, sozinho, guardar as coisas no lugar e depois achá-las. E vale o mesmo para a casa. "Não se deve deixar objetos espalhados pelo chão, pois a criança pode cair e se machucar. E, caso seja feita uma mudança na disposição dos móveis, os pais não podem esquecer de mostrá-la ao filho", ressalta Solange.
Brincar com outras crianças também é um estímulo fundamental para o deficiente visual desenvolver sua coordenação motora e os outros sentidos. E é nessa convivência que ele aprende também, como qualquer outra criança, a respeitar os colegas, as regras e a dividir seus brinquedos.


Como ajudar o deficiente visual •Envolva-o desde cedo nas atividades da casa, para que ele conviva com as pessoas e aprenda sobre os objetos.
•Eduque e estimule seus outros sentidos (tato, audição, olfato e paladar) para que ele aprenda
a reconhecer tudo o que não pode ver.
•Faça com ele todos os movimentos, como juntar as mãos, firmar a cabeça, agarrar objetos, andar, comer, vestir, tomar banho, brincar. É assim que ele ganha autonomia para se locomover e aprende a ser independente.
•Se possível, deixe-o ter contato com pequenos animais. É mais um estímulo sensitivo, além de uma ligação de afeto.
•Sempre que puder, leia para ele.
•Ajude-o a fazer os gestos e as expressões faciais corretos. Dê-lhe brinquedos que usem o sistema braile, preparando-o para esse aprendizado.
•Converse muito com ele. Conte-lhe tudo o que está acontecendo, diga-lhe os nomes dos objetos, dos sentimentos e das pessoas.

De olho no filho
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a população mundial de deficientes visuais é de cerca de 190 milhões de pessoas, a maioria com baixa visão. Em 80% dos casos, a deficiência poderia ser evitada por prevenção ou tratamento.

Os sinais do problema podem ser observados desde os primeiros meses de vida: •O bebê não consegue fixar o olhar em objetos próximos.
•Quando começa a engatinhar e depois a andar, esbarra ou tropeça muito nos móveis e objetos.
•Franze a testa para ver algo, coça e aperta muito os olhos, tem lacrimejamento excessivo.
•Não tolera luminosidade, fechando os olhos em ambientes mais claros, ou fica sempre com a cabeça abaixada para evitar a luz.
•Fica muito perto da TV, dos cadernos ou dos livros.
•Apresenta desinteresse pela leitura e dificuldades na escola.Reclama de dor de cabeça, após a aula ou período de leitura.

Principais causas •Toxoplasmose congênita (adquirida na gestação e prevenida no pré-natal) •Catarata congênita (geralmente causada por rubéola na gestação e tratada com cirurgia) •Glaucoma congênito (deve ser tratado com cirurgia e/ou medicamentos; não tratado, a perda visual é rápida) •Doenças degenerativas da retina (levam à baixa visão ou à cegueira; não há tratamento) •Atrofia do nervo óptico (pode ser hereditária ou estar relacionada a problemas neurológicos) •Retinopatia da prematuridade (em mais de 90% dos casos há regressão espontânea, com pequena perda visual; em outros, a perda é alta).

Reabilitação, apoio e educação •Laramara (SP): (11) 3660-6400
•Instituto de Cegos da Bahia (BA): (71) 241-1044/242-1073
• Sociedade de Assistência aos Cegos (CE): (85) 281-6111
•Centro de Ensino de Deficientes Visuais (DF): (61) 345-3027/7963
•Associação dos Deficientes Visuais de Goiás (GO): (62) 212-0000/4187
•Instituto de Cegos (PE): (81) 3231-0936/3421-1669
•Centro de Estimulação Visual e Apoio Pedagógico (SC): (47) 328-2089
• Associação dos Deficientes Visuais do Paraná (PR): (41) 349-1101
•Conselho Mundial de Pais e Amigos do Deficiente Visual: (11) 3660-6418

Doação de córnea A deficiência visual causada por problema na córnea pode ser corrigida com um transplante. Cerca de 17 mil pessoas estão na fila de espera por uma córnea. "Desse total, 15% a 20% são crianças", afirma o oftalmologista Elcio Sato, diretor da Associação Pan-Americana de Bancos de Olhos (Apabo). "Todos deveriam pensar na possibilidade de ser um doador. Qualquer pessoa pode ser, independentemente da idade ou de deficiências visuais como miopia, astigmatismo e hipermetropia", informa Sato. Para doar,
consulte a Associação Pan-Americana de Bancos de Olhos (Apabo), /Fax: (21) 2539-6345;
 e-mail: apabo@uninet.com.br.

Ar livre só faz bem



Quantos dia da semana seu filho brinca fora de casa? Pesquisa feita pelo Young Men´s Christian Association (YMCA) com mais de 1.600 pais norte-americanos, com filhos entre 5 e 10 anos, indicou que 58% das crianças brincam fora de casa menos de quatro dias por semana. De acordo com o estudo, muitos pais acham mais conveniente deixar os filhos dentro de casa, em frente à TV e ao computador, por exemplo. As redes sociais e os smartphones acabam tirando ainda mais o foco da criança das atividades saudáveis. Além da tecnologia, a falta de tempo e de dinheiro também foram apontadas como fatores pelos pais entrevistados. Quando você ficar em dúvida sobre o que fazer com seu filho, lembre-se que caminhar pelo bairro ou respirar ar puro na pracinha, além de divertido, faz bem para a saúde de todos.

Meu filho é agitado demais...briga por qualquer motivo.

Ele não pára. Faz desenhos em todos os papéis, tira os brinquedos do armário, espalha no chão e, por fim, sai correndo pela casa apertando todos os botões que vê pela frente. Muitas pessoas diriam que se trata de uma criança hiperativa. Será? "Dizer que é hiperativo virou moda. Essa agitação é própria da idade. Eles ainda se expressam muito pelo corpo, há uma descarga motora", esclarece Deborah Patah Roz, psicóloga e psicanalista do Instituto da Criança. Além disso, para ser diagnosticado como hiperativo, a criança tem de apresentar outras características, como déficit de atenção e esquecimento de tarefas cotidianas. "Elas também têm dificuldade de aguardar sua vez", completa Ana Beatriz Barbosa Silva, especialista em medicina do comportamento pela Universidade de Chicago. O fato é que, nessa idade, nem todas as crianças conseguem se dedicar exclusivamente a uma atividade.
É importante, então, dizer chega para a criança. Ensinar que nem tudo é permitido faz parte da rotina. Se você já se questionou depois de um dia super agitado sobre quando essa fase vai acabar, fique feliz. De acordo com Deborah, a agitação melhora com a idade.

*Recebi por email

Pacote de Biscoito

 

"E dele temos este mandamento, que quem ama a Deus ame também a seu irmão."I João 4:21
Certo dia uma moça estava à espera de seu vôo, na sala de embarque de um aeroporto. Como ela deveria esperar por muitas horas resolveu comprar um livro para matar o tempo.
Também comprou um pacote de biscoitos.
Sentou-se numa poltrona na sala Vip do aeroporto, para que pudesse descansar e ler em paz. Ao seu lado sentou-se um homem.
Quando ela pegou o primeiro biscoito, o homem também pegou um.
Ela se sentiu indignada, mas não disse nada.
Ela pensou:
Mas que "cara de pau". Se eu tivesse mais disposta, lhe daria um "passa fora" para que ele nunca mais esquecesse.
A cada biscoito que ela pegava o homem também pegava um.
Aquilo a deixava tão indignada que não conseguia reagir.
Restava apenas um biscoito e ela pensou:
O que será que o "abusado" vai fazer agora?
Então o homem dividiu o biscoito ao meio, deixando a outra metade para ela.
Aquilo a deixou bufando de raiva.
Ela pegou o seu livro e as suas coisas e se dirigiu ao embarque.
Quando sentou, confortavelmente, numa poltrona, no interior do avião, olhou dentro da bolsa, e para sua surpresa, o pacote de biscoito estava ainda intacto.
Ela sentiu muita vergonha, pois quem estava errada era ela, e já não havia mais tempo para pedir desculpas.
O homem dividiu os seus biscoitos sem se sentir indignado, enquanto que ela tinha ficado muito transtornada, pensando estar dividindo os dela.
Quantas vezes, em nossa vida, nós é que estamos comendo os biscoitos dos outros, e não temos a consciência disto?
Há quem proceda de forma muito diferente da que nós gostaríamos.
Isso tira a nossa calma e nos dá a impressão de que ninguém gosta de nós.
Raciocine claramente! Antes de concluir observe melhor.
Talvez as coisas não sejam exatamente como você pensa.

Desconheço o Autor