domingo, 1 de abril de 2012

A adoção: como explicá-la aos filhos



Antes de querer que seu filho se aceite como filho adotado e que compreenda, melhor explicar, através de contos, o que é a adoção. É necessário deixar claro que adotar é apenas uma forma a mais de ter um filho. Como esse contexto existe uma infinidade de contos. Logo, se parte do seu filho o interesse em saber como e onde nasceu, etc, há que explicá-lo pouco a pouco, segundo sua curiosidade e grau de entendimento.

1. Para poder ajudar seu filho, primeiro tem que estar muito bem claro e haja concordância entre você e seu parceiro (se houver) sobre o tema da adoção.

2. Compartilhe a história pessoal de seus filhos com eles. Inclua os detalhes sobre o dia do seu nascimento ( a menos os que conheça), informação sobre seus antecedentes genéticos e todas as experiências e relações de vidas anteriores à sua inserção na família.

3. Valorize a história genética, a etnia e as relações anteriores do seu filho adotivo.

4. Reafirme sempre o seu lugar na família. Isso ajudará a acalmar possíveis temores.

5. Incentive-o a expressar e compartilhar seus sentimentos.

6. Ajude-o a eximir sua responsabilidade pelas decisões que seus pais tomaram. Quaisquer que sejam as razões para seu “oferecimento” para a adoção, seu filho necessita estar seguro de que as coisas não aconteceram por culpa dele.

A pesquisadora Miriam Komar faz uma classificação de respostas a perguntas feitas por crianças adotadas em cinco estilos de comunicação:
Estilos de comunicação com o filho adotado

1.Racional – está baseada na realidade externa da criança: outras pessoas e suas atitudes; objetos e processos; história passada e expectativas futuras, etc. Não é ambígua e não apresenta informação falsa, estimula a criança a pensar nas ambiguidades da vida e mostra o conceito de opções que o pai apresenta ao filho ao mesmo tempo que lhe dá um sentimento de posse. O incoveniente é que a resposta seja fria e não chegue a conseguir o consolo que o filho necessita.

2.Refletiva – o pai dá ao filho uma resposta que reflete os sentimentos contidos na pergunta, concorda e dá o devido respeito. Isto o anima ao ato de perguntar. É uma resposta verdadeira e evita ambiguidade, emprega a lógica reforçando a pergunta. No entanto, usada resumidamente, não proporciona suficiente informação ao filho.

3.Criança escolhida – destaca a noção de que a criança adotiva é querida porque foi especialmente escolhida por seus pais. Isto impõe uma carga na criança, já que se foi especialmente escolhida, era porque era tão maravilhosa, e terá agora que seguir sendo-a, terá que continuar especial. Se preocupará de que se não chegar a ser tão maravilhosa como eles crêem, seus pais lamentarão havê-la escolhido e a levarão de volta ao lugar de onde veio. A intenção é dar autoestima ao filho e reafirmar o imenso amor oferecido pela família adotiva. Esta resposta ajuda quando a criança busca consolo mas não quando pede informação. Também enfatiza a dependência do filho no amor dos seus pais como resposta a um problema e diminui a habilidade do filho para pensar as coisas de maneia autônoma.

4.Glorificante – valoriza o adotado, aos pais biológicos e seu passado biológico. Deixa claro que os pais biológicos e a herança são excelentes. Os pais que usam este estilo de resposta, geralmente percebem a pergunta como uma busca de autoestima do filho. Algumas das respostas dadas podem estar certas, mas o pai adotivo não as sabe com exatidão, e deste modo decepciona o desejo do filho de conhecer a realidade. Este estilo é melhor aplicado na criança pequena que necessita conhecer o que se refere seus pais biológicos e herança como algo positivo.

5.Autoritário - era considerado como o modo correto de falar à criança: o pai fala, a criança escuta.

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