terça-feira, 29 de maio de 2012

VOVÓ, ESCOLINHA OU BABÁ?


Preciso voltar a trabalhar, e agora, com quem vou deixar meu bebê? Escolinha, avós, babá... Que dilema! Essa é uma das decisões mais difíceis de se tomar, pois envolve o que temos de mais precioso na vida, um filho! Se você opta pela escolinha, precisa pesquisar bastante e pedir indicações. O ideal é que escolha um local que além de te agradar, é claro, tenha ótimas referências, afinal, o seu bebê vai passar boa parte do dia ali, aos cuidados daquela equipe. Optar pela escolinha tem a vantagem da rápida socialização do bebê, além disso, ele logo aprenderá a dividir o seu tempo, pois a atenção das "tias" dificilmente será exclusiva para ele. Outra coisa boa, é que raramente ele estará sozinho com alguém, evitando assim qualquer problema de descuido ou maus tratos. Algumas escolas possuem câmeras, para que você possa ficar sempre de olho no seu pequeno.

Outra opção é a babá. Existem ótimas profissionais e será uma grande bênção se conseguir encontrar uma delas, mas a grande questão é: como confiar? A babá vai passar grande parte do dia com o seu maior tesouro, e a não ser que você tenha câmeras por todos os lados, nunca vai saber ao certo o que aconteceu no decorrer do dia. O ideal é que seja uma pessoa de extrema confiança, daquelas que você coloca a mão no fogo (e neste caso, o nível de confiança deve ser este mesmo). Existem profissionais que receberam esse dom de Deus, amam crianças, se especializaram na área e vão cuidar do seu filho como se fosse delas, mas se houver alguma sombra de dúvidas, por menor que seja, não arrisque... Já vi cada coisa na televisão (e pessoalmente) que não gosto nem de pensar se fosse com meus filhos. São criaturas inocentes e indefesas e a nossa responsabilidade sobre eles é tão grande que precisamos analisar cada detalhe, por mais insignificantes que sejam. Não estou denegrindo a profissão de babá, de modo algum! Disse e repito: existem excelentes profissionais! Se a sua opção for esta, procure como se precisasse encontrar uma nova mãe para o seu filho! Outra coisa, se forem maiorzinhos, seus filhos irão dizer no decorrer dos dias se aquela realmente é ou não uma boa pessoa.

Agora vem o foco desse texto: os avós! Na maioria dos casos, eles são mais confiáveis que os próprios pais...rs. Como dizem por aí, o amor que têm pelos netos são duas vezes o que tem pelos filhos. Então que problema há em deixá-los com eles? Muitos, pode acreditar! Ao tomar essa decisão, correrá o risco de comprar uma briga em família. Se você acha que estou exagerando, vou provar que não. É claro que para toda regra existe uma exceção, mas na maioria dos casos, o babado é o seguinte:

Os avós foram feitos pra serem avós. Eles precisam curtir os netos sem a obrigação de educá-los. Foram feitos para mimar, ou seja, tudo o que não puderam fazer com os filhos. Isso é um direito deles! Pedir que uma avó não dê um doce para o netinho que está implorando, é uma tortura sem tamanho. Neste caso, as mamães e papais tem o dever de dizer (se estiverem por perto): "Não pode, pois se comer isso agora, vai perder o apetite!" É o papel de educador que entra em ação. Os avós não são educadores dos netos, somente uma fonte inesgotável de amor, carinho e mimo. Não é delicioso poder curtir uma vovó que te mima e faz um monte de coisas que os papais não fazem? E além disso, os avós chegaram (depois de muita luta) na fase de curtir a vida sem responsabilidade com os filhos, podendo assim sair e viajar a hora que quiserem, sem se preocupar com nenhuma obrigação ou satisfação. É um momento muito especial, e não é justo que isso seja tirado deles.

Esse é o ciclo da vida, é assim que Deus criou a família. Pedir que avós criem os netos é como querer modificar algo criado e instituído por Deus. Não tem como dar certo (lembrando que existem excessões). Normalmente quando os netinhos chegam, os avós já não tem mais aquela energia (e quanta energia!) que eles tinham há 20 anos atrás, e que é tão necessária para a criação dos filhos. Pedir que vovós cuidem de bebês ou crianças pequenas diariamente, apesar de ser confortável para os pais, é extremamente desgastante pra eles. E olha que eu ainda nem entrei na questão de conflitos na educação, que considero um dos problemas mais sérios. Mas não estou falando tudo isso só por uma questão de opinião. Além de ter lido e estudado bastante a respeito, acompanhei alguns casos bem de perto, inclusive de mamães que moram do outro lado do país, graças a internet!

Vamos ver alguns exemplos: A vovó quando era mamãe, gostava de dar o banho no bebê de manhãzinha, pois para ela, isso é o correto. Já a mamãe, prefere que que o banho seja dado no fim do dia, assim, quando ela chegar do trabalho, o bebê vai estar cheiroso e limpinho. Sobre o papá, a vovó prefere dar por volta das 11h, para que ele durma logo e ela possa ter tempo de almoçar e limpar a cozinha. Já a mamãe, prefere que seja dado mais tarde, para adiar a soneca, assim, o bebê ficará mais acordado durante a noite para curtir os pais. A mamãe, não aceita que os suquinhos sejam adoçados, já a vovó não vê problema algum! Enfim, se a vovó for do tipo que cede e faz tudo do jeitinho que a mamãe pede, fica fácil. E se ela não for? Sem contar que existem aquelas que concordam tranquilamente, mas quando a mamãe sai pra trabalhar, fazem tudo diferente (conheço algumas!). Uma hora isso vem a tona... e o estrago emocional é grande.

Citei alguns problemas simples, agora vamos a um mais grave. A partir de uma certa idade, as crianças começam a fazer birras e malcriações. Na maioria das vezes, a vovó não vai poder esperar a mamãe chegar para corrigir. E que tipo de correção usar? Como o coração da vovó é mole (e é assim que tem que ser mesmo), ela vai deixar passar muita coisa, inclusive esconder algumas mais graves, pois não quer que os pais descontem o cansaço de um dia exaustivo de trabalho no seu querido netinho. E com o passar do tempo, os pais vão ficando frustrados, pois observam em seus filhos reações indesejáveis que foram causadas por excesso de mimo e falta de correção. E como questionar isso dos avós? Se a vovó for a sua mãe fica fácil, mas e se for a sogra? O problema piora quando o genro ou a nora começam a ficar irritados com a sogra e despejam diariamente palavras rudes contra a mãe do cônjuge, que ao seu ver, não merecia ser vista dessa maneira, pois tem se esforçado muito para cuidar da criança. Inicia-se aí um conflito no casamento.

Assim como a escolinha ou babá, a influência que os avós terão na educação e formação do caráter de seu filho será muito grande. Se a vovó costuma dar palmadinhas escondidas da mamãe quando a criança faz arte e ainda pede pra ela não contar, isso terá alguma influência. Se quando o netinho pede doce a vovó dá e também pede para ele não contar, isso também ficará marcado. E um dia pode ser que seu filho solte: "Mamãe, porque eu não posso comer bala antes do almoço, a vovó sempre me dá!". Seu sangue vai subir e o que você poderá fazer? Simplesmente ignorar ou conversar com a vovó. Pode ser que ela aceite e pode ser que não. Ainda existe a possibilidade dela se chatear, pois no seu modo de pensar, tem feito muito mais do que sua obrigação de avó.

A área da saúde e alimentação também é um outro problema. Há alguns anos, por exemplo, assim que nascia, o bebê tinha que ficar enroladinho em um pano sem se movimentar por quase um mês. Hoje em dia, não se faz mais isso. Logo que nasce, ele deve ficar totalmente livre, descobrindo todos os seus movimentos. Sobre a alimentação, antigamente se dava chá, água e até leite de vaca engrossado com maisena para bebezinhos. Atualmente, sabe-se que isso não é recomendável, pois traz riscos a saúde da criança. O correto é que o bebê se alimente exclusivamente do leite materno, até os 6 meses de idade. Outra coisa que era comum na época dos nossos pais, era adoçar o suco com mel. Hoje, sabemos que o mel possui uma bactéria causadora do botulismo e não é recomendado para crianças até 1 ano de idade. Agora, imagine você tentando convencer sua mãe ou sogra de tudo isso? Algumas são mais maleáveis, mas outras vão dizer: "Eu fiz tudo isso com meus filhos e eles não morreram!" E é bem possível que ela insista em fazer o mesmo com os netos. Neste caso, o recomendado é que a vovó participe de todas as consultas ao pediatra, pois diante dos argumentos de um especialista, ela provavelmente vai se convencer (mas outras vão brigar com o pediatra...rs).

Mas em contrapartida a tudo isso que escrevi, temos que lembrar que a chegada de um neto faz com que o coração dos avós, principalmente das vovós, se encham de uma mistura de sentimentos. É como se aquele bebezinho que esteve em seus braços há vinte e poucos anos, estivesse de volta. O desejo de estar com ele o tempo todo, cuidar e abraçar é imenso! Fico imaginando quando eu for avó e ver o bebezinho no colo dos meus bebês grandes e saber que ele só estará comigo quando os pais permitirem. Por isso a tentação dos avós se oferecerem para cuidar dos netos é tão grande. Já vi casos da avó pedir que o neto a chame de mãe escondido. Fora as que oferecem o peito para a criança mamar... Alguns não ligam pra isso, até gostam, mas na maioria dos casos, é um outro gerador de conflitos. E não posso esquecer dos vovôs! Tenho falado só das vovós, mas muitos avôs são tão participativos quanto! Meu pai, por exemplo, ajudou bastante minha mãe nos cuidados com a minha sobrinha no tempo em que ela esteve lá. Por isso, se algum vovô ler esse texto, saiba que também é pra você, rs.

Ok, agora vamos a realidade. Muitas mamães precisam deixar seu bebê com a vovó, pois terão que voltar ao mercado de trabalho, seja por necessidade ou opção. O ideal neste caso, é que haja uma conversa muito franca entre pais e avós, logo no início. Nesta conversa, os pais devem expor todos os métodos de educação e criação que eles desejam passar aos filhos e o que esperam dos avós quanto a isso. A conversa deve ser muito sincera, de ambos os lados, e os pais precisam confiar que os avós serão seus colaboradores nesta difícil tarefa. É interessante que a mamãe prepare uma rotina para vovó seguir, e quando o bebê estiver maior, regras e consequências para os momentos de disciplina. Se tudo for acertado antes, dificilmente terá como dar errado. O que não pode acontecer, é você cobrar dos avós algo que nunca foi solicitado.

Um conselho aos avós: se você se dispôs a cuidar dos seus netos, trabalhe em equipe com seu filho(a) e nora (genro). Tente cumprir tudo o que lhe pedirem, e se não concordar com alguma coisa, converse antes de colocar em prática. Essa é a melhor decisão que você pode tomar em benefício do seu neto! As crianças percebem rapidamente se os pais não estão de acordo com os avós, e isso faz com que a criança domine a situação, tornando o problema ainda maior. Costumo dizer, que se existe a opção de você ficar em casa com seus filhos, não pense duas vezes! É o maior investimento que fará na vida deles. Só opte por trabalhar fora se não houver outro jeito.

E antes de tomar qualquer decisão, ore a Deus diariamente com seu cônjuge pedindo sabedoria e orientação. Entregue seus medos, preocupações e anseios diante Dele, pedindo que a Sua vontade seja soberana. Fazendo dessa maneira, tenho certeza que a decisão que for tomada será a melhor para a sua família!

"Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele." Pv 22:6

Deus os abençoe com muita sabedoria!


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