terça-feira, 15 de maio de 2012


PARA VIVER BEM , MESMO QUANDO TUDO NÃO VAI BEM

Se o Senhor não edificar o lar, em vão trabalham os que o edificam...

Tudo ia sendo feito como expressão da perfeição divina e recebia do próprio Criador o selo de certificação – “e viu Deus que isso era bom” - até que Ele resolveu coroar sua obra criativa com um ser feito à sua própria imagem e semelhança. A avaliação foi ainda mais retumbante – “e viu Deus que isso era muito bom”.

Só que em meio a tanta perfeição havia algo que não era bom: a solidão – “não é bom que o homem esteja só” –pois, apesar de ter com Deus a intimidade de quem compartilhava a interface de ser semelhante ao Criador, o ser humano carecia de alguém que lhe fosse afim, isto é, fosse “carne de sua carne e osso dos seus ossos”.

Experimentasse a semelhança de Deus, mas não fosse Deus. Fosse humano e não apenas um dos belos animais por Ele criados.

E de onde Adão menos esperava – de sua própria costela – e depois de um busca inglória por uma companheira que lhe fosse idônea, aquele homem adormece – bela metáfora para descansar nos cuidados do Senhor! – e acorda para uma realidade nova: a família.

Começava ali essa maravilhosa invenção de um Deus perfeito originalmente concebida para ser plenamente vivida por seres perfeitos que experimentariam a mais profunda e abençoadora intimidade reservada ao ser humano.

Todavia, a queda destes primeiros seres humanos introduziu na família recém criada a realidade do pecado, uma separação tão contundente que cinde o homem em si mesmo, afasta-o da Fonte de vida e desfigura até mesmo os seus relacionamentos mais significativos.

Desde então – e atualmente mais do que em qualquer outro período da história humana – a família é o mais perfeito plano de Deus para o ser humano encontrar a plenitude da sua intimidade, porém plano tão ambicioso é um desafio constante para seres imperfeitos e marcados pelo pecado em suas múltiplas facetas.

Qual o propósito de Deus para um plano tão perfeito como a família, mas que precisa ser vivida por seres tão imperfeitos como todos nós?

Creio que família é lugar dos maiores bálsamos de prazer e de satisfação que o ser humano pode experimentar. Em outras palavras, a família pode ser um spa para o corpo cansado e para a alma exausta pelas intempéries da vida.

Na família, é possível experimentar alegrias e risos que se perpetuam em lembranças para toda a vida, prazeres e deleites tão prosaicos como significativos... Enfim, família é lugar do derramar abundante da graça de Deus. Graça para viver bem.

Entretanto, a família também é ambiência em que a graça precisa ser experimentada forma de tolerância, ajuda mútua, perdão, compaixão, compreensão, acolhimento etc.

Na família, há grande risco de gente magoar e ser magoada na mesma proporção em que grandes expectativas são depositadas no outro e imensos compromissos e promessas são solenemente ignorados por nós. Enfim, família é lugar do derramar abundante da graça de Deus. Graça para viver, mesmo que nem tudo esteja bem.

Talvez seja este o grande propósito de Deus para a família. Ser um espaço onde o que está ruim pode ser sempre consertado por sua graça e o que está bom pode ser sempre melhorado por sua graça.

E para tanto, não basta a nossa força, inteligência e boa vontade. É preciso contar com Ele para edificar o nosso lar. Para viver bem e mesmo que tudo não vá tão bem assim. Graça para o que está ruim ficar bom e o bom ainda melhor.

Com carinho,

Robinson Grangeiro Monteiro.


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